O MELHOR DESFILE DOS ÚLTIMOS TEMPOS

 


Era 2001 e Alexander Mcqueen iria parar o mundo com seu desfile de primavera/verão, VOSS. McQueen criou uma experiência que transborda a tensão entre a beleza e o confinamento. A estrutura de vidro cercada por espelhos não apenas refletiu as modelos em criações dramáticas, mas também simbolizou a claustrofobia emocional. McQueen utilizou elementos teatrais para explorar vulnerabilidades e opressões, desafiando as normas da moda e, ao mesmo tempo, convidando o público a uma reflexão poderosa sobre a identidade e a resistência. Um verdadeiro espetáculo que deixou marcas indeléveis na história da moda. O desfile refletia sobre a luta entre beleza e desespero. A performance culminou em um momento dramático, onde a figura feminina se destacou como um símbolo de resistência. Assim, McQueen desafiou normas estéticas e levantou questões sobre a condição humana e a identidade.


O desfile "VOSS" ocorreu em um momento decisivo na carreira de Alexander McQueen, que estava prestes a deixar seu cargo de designer-chefe na Givenchy. Naquele período, suas visões sobre moda divergiam significativamente das da marca, que sempre se manteve com uma imagem clássica e atemporal, popularizada por ícones como Audrey Hepburn e Suzy Parker. McQueen buscava desafiar essas convenções e explorar novos limites, refletindo sua abordagem ousada e provocadora à moda.



Em 1992, McQueen lançou sua marca homônima, proporcionando um espaço para sua expressão criativa que não era possível enquanto estava na Givenchy. Durante seus últimos anos conturbados na marca, ele se afastou do trabalho em equipe e começou a projetar sozinho, o que impactou negativamente sua saúde mental e física. Com o foco do público agora em suas criações sob seu próprio nome, a pressão para se reinventar se tornou intensa, levando-o a considerar mudanças drásticas em sua aparência.


Após perder uma quantidade significativa de peso e passar por diversos procedimentos estéticos, McQueen declarou que não se reconhecia mais. Ele sacrificou sua saúde, aparência e bem-estar em nome de uma indústria que frequentemente o menosprezava. Essa dor e raiva acumuladas foram catalisadores para o surgimento de "VOSS", uma coleção que refletiu suas lutas internas e sua busca por uma nova forma de expressão.




À medida que as modelos deixavam a passarela, o som de um coração batendo ressoava no ambiente. Quando o batimento cardíaco parou, uma caixa no centro do espaço de vidro se quebrou, liberando mariposas vivas. Nesse momento, Michelle Olley, uma escritora e modelo plus size, surgiu como o ponto central do desfile. Deitada de lado e usando uma máscara alada conectada a um aparelho de respiração, ela recriou a famosa fotografia "Sanitarium" (1983) de Joel-Peter Witkin. Essa performance, ao mesmo tempo inquietante e elegante, concluiu "VOSS" e deixou o público com uma indagação essencial: qual é a verdadeira natureza da beleza?


A obra "Sanitarium" (1983) de Joel-Peter Witkin retrata uma cena sombria e surreal que explora temas de doença mental, beleza e a condição humana. Nela, um grupo de personagens, incluindo uma mulher nua cercada por um ambiente clínico, é posicionado de maneira a desafiar as percepções tradicionais de estética e normalidade. A fotografia questiona a ideia de beleza, utilizando elementos grotescos e simbólicos para provocar reflexões sobre o que significa ser "normal" em um mundo muitas vezes insensível.


Confira o desfile completo no link abaixo:



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